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Brasil precisa avançar na agenda de adaptação climática, aponta estudo da Associação de Pesquisa Iyaleta

“Problemas complexos demandam soluções coletivas”, é dessa forma que as mudanças climáticas têm sido abordadas em contextos científicos e sociais. A redução no aquecimento da temperatura do planeta em 1,5°C tem implicações e têm ganhado atenção nas mídias, na política e nas pesquisas, sejam nas universidades ou associações de pesquisa, impulsionada sobretudo pelos eventos especializados de abrangência global.

Há três anos, as pesquisadoras da Associação de Pesquisa Iyaleta em parceria institucional com o Instituto Clima e Sociedade (iCS), desenvolvem estudos acerca das desigualdades urbanas nas capitais da Amazônia Legal. E na última Conferência das Partes da UNFCCC (COP27) na cidade de Sharm El-Sheikh (Egito), no Brazil Climate HUB, a Associação de pesquisa Iyaleta lançou o “Sumário Estratégias para Planos Nacionais de Adaptação: um caso Brasil”, estudo que aponta caminhos para a adaptação climática para o Sul Global, a partir do cenário brasileiro. O estudo, de acesso livre, está disponível na língua portuguesa e inglesa, no site da Associação

O sumário tem enfoque nas desigualdades urbanas nas capitais das regiões Norte e Nordeste, numa análise interseccional considerando os determinantes estruturais etnico-raciais, de gênero e territoriais, e seus reflexos nas condições de saúde, diante dos impactos e efeitos das mudanças do clima nas cidades e a falta de efetividade de revisão do Plano Nacional de Adaptação do Clima – PNA (2016). 

O Sumário integra o conjunto de estudos do projeto “Estratégia sobre Mudanças Climáticas e Desigualdades: qualidade de vida, adaptação e saúde urbana na Amazônia e Nordeste do Brasil (2022-2024)”, que faz parte da linha de pesquisa  “Desigualdades e Mudanças Climáticas”. O estudo tem na sua autoria o geógrafo Diosmar M. de Santana Filho e as epidemiologistas Andrêa Ferreira e Emanuelle F. Góes, pesquisadoras da Associação de Pesquisa Iyaleta. 

“No século XXI, as sociedades em escala global têm um grande desafio, que é reconhecer e cuidar da humanidade com a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE)”, escrevem as pesquisadoras, na apresentação do Sumário. “Mas para isso será preciso alinhar com estratégias para eliminação das desigualdades raciais, de gênero, sociais e opressões correlatas nos territórios hoje já sob impacto e efeitos das mudanças climáticas”, completam.

Em seis capítulos são apresentadas análises das “Desigualdades e mudanças climáticas nas Regiões Norte e Nordeste”, a “Análise socioespacial das desigualdades e mudanças climáticas para adaptação”, “As dimensões urbanas e a revisão do Plano Nacional de Adaptação Brasil”, a “Adaptação planejada: desafio ao contexto de ordenamento sub-humano”,  a “A adaptação como política pública climática” e “Adaptação: saneamento básico e condições de saúde”. 

E no sétimo capítulo, a Associação de Pesquisa Iyaleta, evidencia as “Desigualdades zero: a adaptação do Sul global”, propondo estratégias para  caminhos da adaptação pautadas na transparência e no capacity building,  contribuindo para a efetividade das políticas e financiamentos da adaptação pautados na redução das emissões de GEE e eliminação das desigualdades, conforme o Artigo 7 do Acordo de Paris e o Sexto Relatório de Avaliação (AR6) “Impactos, Adaptação e Vulnerabilidades” do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). 

Giselly Corrêa Barata, pesquisadora de iniciação científica Iyaleta