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Primeiro dia do Spring Iyaleta 2022 debate temas chaves para as negociações da COP 27

A menos de um mês para a realização da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (#COP27), a Associação de Pesquisa Iyaleta no período da tarde e noite deste dia 10 de outubro iniciou o primeiro ciclo de atividades do Spring Iyaleta 2022, com os painéis temáticos: Balanço Global do Acordo de Paris “Global-Stocktake” e Desafios e Ambições das NDC’s na COP27

As painelistas Marina Marçal, coordenadora do Portfólio de Política Climática e Engajamento do Instituto Clima e Sociedade – iCS, e Fernanda de Carvalho, Líder de Políticas de Clima e Energia do WWF Internacional, conduziram a apresentação a partir de um olhar pedagógico sobre as políticas climáticas e as contribuições que chegarão às negociações na 27ª Conferência das Partes da UNFCCC (COP27), em novembro na cidade de Sharm El-Sheikh (Egito).

“O grande ganho da Iyaleta estar provocando esse debate é como a gente pode olhar pra esses documentos que não pensaram gênero e raça, que não pensaram adaptação, que não pensaram perdas e danos, como a gente extrai dali esse olhar”, destaca a pesquisadora, Marina Marçal. Em sua exposição, a painelista apresentou dados sobre o Balanço Global do Acordo de Paris “Global-Stocktake” ou GTS.

Para pesquisadora, a política climática pode ser mais inclusiva, uma vez que a transparência tem a ver com maior acessibilidade às ferramentas de monitoramento. Nesse sentido, Marina Marçal apresentou uma série de ferramentas e canais onde é possível acompanhar todo processo relacionado ao balanço global no Brasil, os compromissos e as ambições do país para a atualização das NDC’s. “O que o Brasil está fazendo para reportar de fato na avaliação do progresso coletivo global? Esta é a pergunta que a sociedade civil deve fazer nesse momento. A avaliação do progresso acontece em três áreas: mitigação; adaptação e fluxo financeiros e meios de implementação”, ressaltou Marina Marçal.

No turno da noite, o curso livre “Perspectivas Raciais e de Gênero nas negociações da COP27”, ficou à cargo da pesquisadora Fernanda de Carvalho, Líder de Políticas de Clima e Energia do WWF Internacional. Ela destacou os Desafios e Ambições das NDC’s na COP27, trazendo o panorama atual os estudos e pesquisas que a WWF vem realizando nos últimos anos, com destaque para o cenário brasileiro. “A gente realmente não tem nesse momento um mecanismo que avaliem as NDC’s e que force os países a produzirem NDC’s melhores, a não ser uma chamada da COP”, salienta a pesquisadora.

Para Fernanda de Carvalho, a WWF parte do entendimento de que as NDC’s são como pactos sociais, sendo muito mais do que uma meta de mitigação. Nesse sentido, a pesquisadora apresentou uma série de abordagens e perspectivas para a construção das “NDC’s Que Queremos”, a partir de uma avaliação qualitativa.

“Várias agendas climáticas, como as NDC’s, não alcançam o dia a dia da população, muitas vezes fica distante não só pra gente compreender esses mecanismos, mas como isso de traduz na nossa vida”, concluiu a pesquisadora Iyaleta, Andrêa Ferreira. E, reforça, que momentos como esses contribuem para a pressão social da sociedade civil pelo avanço e construção de soluções/alternativas frente as mudanças climáticas.